Férias, tempo de relaxar, viajar, passear e colocar a leitura em dia

O Dribledrible

RODRIGUES, Sérgio – Editora Cia. das Letras

Desenganado pelos médicos, um cronista esportivo de oitenta anos, testemunha dos anos dourados do futebol brasileiro, tenta se reaproximar do filho com quem brigou há um quarto de século. Toda semana, em pescarias dominicais, Murilo Filho preenche com saborosas histórias dos craques do passado o abismo que o separa de Neto.

Revisor de livros de autoajuda, Neto leva uma vida medíocre colecionando quinquilharias dos anos 1970 e conquistando moças que trabalham no comércio perto de sua casa, no bairro carioca da Gávea. Desde os cinco anos, quando a mãe se suicidou, sente-se desprezado pelo pai famoso.

Como nos romances anteriores de Sérgio Rodrigues, há um contraponto de vozes narrativas. Entremeado com o relato principal, transcorre o livro que Murilo escreve sobre um extraordinário jogador dos anos 1960 chamado Peralvo, dotado de poderes sobrenaturais e que teria sido “maior que Pelé” se não tivesse encontrado um fim trágico.

A alternância entre o realismo da história de Neto, seco e desencantado, e o realismo mágico da história de Peralvo sinaliza a perícia de Sérgio Rodrigues, um dos narradores mais habilidosos de sua geração.

O personagem do velho cronista é o veículo de uma celebração da história do futebol raras vezes empreendida pela literatura brasileira. Murilo Filho, porém, é mais do que isso. Com atraso, como se tomasse um drible, Neto entrevê nas frestas da narrativa do pai – e o leitor, um pouco antes dele – um sombrio segredo de família e um episódio tenebroso dos porões da ditadura militar.

Romance

gabrielOKGabriel tem 99 centímetros

HUBER, Annette – Editora Saber e Ler

A mãe de Gabriel diz que ele já é um menino bem grande. Mas, de vez em quando, ele acha que ainda tem de crescer muito, Um livro sobre ser pequeno, crescer, andar de carrossel e cachorros enormes!

Conto – Tamanhos

 

Ser criançasercriança

BELINKY, Tatiana – Editora Cia. das Letrinhas

Ser criança no Brasil não é muito diferente do que ser criança na Rússia. É isso que nos conta Tatiana Belinky, que veio de Riga com dez anos de idade e por aqui virou uma referência na literatura infantojuvenil. Jogar bola de gude, pular corda, brincar na chuva – neste longo poema Tatiana fala tudo o que significa, para ela, ser criança, e de quebra nos dá uma grande lição de vida.

Ilustrado com obras da artista Leda Catunda feitas especialmente para este livro, Ser criança é também uma homenagem para essa grande escritora, que, além de conhecer profundamente a alma infantil, foi uma eterna menina.

Conto – Lembranças

E tem também uma dica de cinema, uma estreia divertida é o filme “Minhocas”, saiba mais…

Solange Braga – Bibliotecária