Olá, comunidade agostiniana,
Vamos falar da importância de cuidarmos da nossa saúde mental, principalmente, durante este período de distanciamento social. Completamos 40 dias de isolamento e não estávamos preparados para lidar com esta situação.
Como você está vivendo este momento? Como está o convívio mais próximo com os seus familiares? É possível buscar positividade neste período de crise?
As incertezas provocadas pela pandemia, o isolamento social imposto, os riscos de contaminação e as perdas vivenciadas desencadeiam uma forte pressão psicológica. Pessoas que antes não apresentavam nenhuma instabilidade emocional, começam a se perceber mais vulneráveis.
É como no processo de luto, quando vivemos reações diferentes frente a uma perda significativa. A psiquiatra suíça Elisabeth Kübler-Ross constatou em suas pesquisas que passamos por estágios como a negação, a raiva, a negociação, a tristeza e a aceitação e, na busca de aceitarmos e construirmos um sentido, entramos num processo de investigação mental com muitas demandas internas.
Estamos recebendo muitas informações e precisamos pensar sobre o que estamos assimilando. O excesso de informações pode agravar, em algumas pessoas, quadros de sofrimento emocional pré-existentes. Uma série de sentimentos, como pessimismo, desesperança, ansiedade e oscilação de humor podem ser desencadeados.
É fundamental termos cuidado com os excessos. Excesso de televisão, de computador, de comida e até mesmo de sono. O nosso corpo está mais cansado, pois vivemos em estado de alerta e com isso gastamos mais energia, além do acúmulo de funções que o momento exige.
Porém …. podemos aprender com tudo que estamos vivendo, adquirir novos hábitos. Devemos olhar para esta crise como uma oportunidade de mudança.
Algumas dicas importantes da Organização Mundial da Saúde podem contribuir para minimizar os efeitos durante esse período.
- Mantenha as rotinas familiares e, se possível, crie rotinas de cuidado compartilhado, priorizando atividades lúdicas.
- Incentive as crianças a continuarem brincando e interagindo com os outros, respeitando o distanciamento social. Ajude-as a expressarem seus medos e ansiedades, cada criança tem sua maneira de fazê-lo, em momentos de maior estresse, é normal para a criança buscar mais os pais e exigirem mais deles. Fale com seus filhos sobre o Covid-19 de forma honesta e apropriada à idade deles, se tiverem preocupações, o fato de falar sobre elas pode ajudar a baixar a ansiedade. Crianças observam os pais, as emoções no ar e, a partir delas, criam seus mecanismos para lidar com as próprias emoções.
- Alimente-se com arte, poesias e músicas.
- Envolva-se com atividades saudáveis. Cuidados com a higiene pessoal, dieta balanceada, sono regular e, para não reduzir a mobilidade, mantenha uma rotina de exercícios físicos.
- Estabeleça metas e atividades que devem ser concluídas a cada dia.
- Esteja atento a seus sentimentos e demandas internas. Lembre-se você não está sozinho, estamos todos juntos. Caso você não se sinta à vontade para expressar seus sentimentos ou angústias com seus familiares, procure ajuda, o CVV — Centro de Valorização da Vida – presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo e anonimato.
Estamos passando por uma fase transformadora. Precisamos de otimismo, cooperação, solidariedade, determinação e serenidade. Estamos nos reinventando!
“Enquanto houver esperança de lutar, haverá esperança de vencer”. Santo Agostinho.
Referências
Disponível em: https://news.un.org/pt/story/2020/03/1707792
Disponível em: https://nacoesunidas.org/covid-19-saude-mental-na-era-do-novo-coronavirus/
Disponível em: https://www.cvv.org.br/