Indígenas, ruralistas, ambientalistas, veganos, grileiros, economistas, engenheiros, madeireiros, grileiros, mineradores, defensores da internacionalização, representantes do Ibama e ICMBio, todos frente a frente para um debate, seria possível? Sim!
No dia 13 de novembro, os alunos da 3ª série vivenciaram essa história em um debate sobre a Amazônia. Divididos em grupos de até 5 integrantes, cada um representou um dos atores envolvidos nas questões ligadas a maior floresta equatorial do mundo. Em pauta: queimadas, retração das fronteiras da floresta, ações predatórias, aspectos econômicos, interesses de outros países… “Tem pano pra manga!” E mais, o debate deu-se sob os olhos de toda a 2ª série no papel de uma atenta plateia – para a surpresa dos debatedores!
Após apresentações de cada grupo/entidade mostrando os principais pontos defendidos por eles, suas ligações e interesses na Amazônia, teve início o debate. Claro que alguns representantes receberam mais ataques, enquanto outros demonstraram estar muito bem preparados para se esquivar de perguntas mais incisivas.
E por falar em preparação, foram dois meses de pesquisas, leituras, trocas de informações e mensagens por meio de fóruns digitais, restritos aos integrantes de cada entidade e aos professores envolvidos nesse projeto (no ambiente de aprendizagem Moodle). Além disso, faltando um mês para o debate, os estudantes passaram pelo primeiro momento de sistematização dos conteúdos e ideias ao elaborarem as apresentações que principiaram as discussões no debate.
Acreditamos que o projeto – em todo o seu percurso até o debate – propiciou muitos aprendizados e aprofundamentos, tanto dos conteúdos concernentes ao atualíssimo tema do debate, quanto da performance retórica e de articulação de um discurso diante dos desafios da interação com argumentação contrária ou divergente, sem contar o capcioso exercício de alteridade e empatia decorrente dos personagens figurados na altercação.
Como foi participar do projeto do debate por Pamela Silva
O debate que ocorreu dia 13 de novembro, envolvendo as matérias: produção de texto, história, filosofia, geografia e biologia foi um exemplo de como aulas práticas, com uma temática e uma estrutura diferentes com assuntos que vamos e precisamos entrar em contato no dia a dia, causam um efeito extremamente positivo nos alunos e os estimulam.
Minha visão foi que como iríamos participar de um debate e estávamos representando grupos e instituições já existentes, e também por estarmos sendo observados debatendo pelos professores e outros colegas, tivemos um estímulo maior ao pesquisar sobre os assuntos. Realmente os grupos quiseram ir atrás, era algo diferente do que fazemos todos os dias na sala de aula, logo a absorção dos assuntos pesquisados foi maior, já que REALMENTE queríamos fazer aquilo e não vimos como uma obrigação.
Deveria ser uma atividade a continuar e se aperfeiçoar. Talvez ser adotada como uma organização do colégio, um projeto com tanto impacto sobre os alunos não deve cair no esquecimento. Acho que para melhorar, poderia ter mais tempo, para fazer diferentes tipos de debates, mais abertos com perguntas gerais e mais fechados com perguntas direcionadas a um grupo, a maioria dos grupos falou que faltou tempo para debate, o que só reforça o quanto os alunos têm interesse nesse tipo de atividade.
Como foi ser um espectador do debate por Giullia Minaguti
A maior floresta tropical do mundo, rica em exuberância e biodiversidade, tornou-se palco de discussões que pautam o seu uso, exploração e conservação. Ao redor da floresta Amazônica, rondam ácidos debates políticos, éticos e ideológicos, protagonizados por distintos grupos, que vêm o uso, exploração ou conservação da floresta por perspectivas diferentes. Os alunos da 3ª série, debruçando-se sobre o assunto, ficaram responsáveis por representá-los. Grupos de indígenas, madeireiros, ambientalistas, ruralistas e até mesmo veganos, entraram no debate defendendo seus valores morais e visões de mundo.
Vivemos em uma sociedade pluralista, em que diferentes opiniões sobre assuntos abrangentes devem ser colocadas em pauta, e ter tido a oportunidade de presenciar uma discussão que colocava de forma clara os principais pontos de vista desses grupos, com linhas de raciocínio distintas, é essencial para a formação de um olhar crítico sobre os acontecimentos da atualidade, como um lembrete de que devemos estudar todos os panoramas possíveis para não cairmos na ignorância, e formar nossas opiniões e conhecimentos de maneira mais madura e coesa.
Professores e cátedras: Divino Amaral – Filosofia
Geisa Sovegni – Biologia
Geraldo Vidal – Sociologia
Paulo Roberto Laubé – Produção de Texto
Stefano Burgemeister – Geografia