As aventuras de Tom Sawyer
TWAIN, Mark – Coleção Eu Leio – Editora Ática
Tom vive as mais divertidas histórias ao lado do amigo Huck, o mesmo de As aventuras de Huckleberry Finn. Juntos, os dois inventam artimanhas para escapar das aulas, fogem para ilhas desertas, testemunham um crime e, por fim, consagram Mark Twain como um dos fundadores da literatura norte-americana.
Em As aventuras de Tom Sawyer vemos ainda como a iminência das mudanças gera contradições que são um prato-cheio para o humor: pouco antes da Guerra Civil Americana? No meio do século XIX, preconceito e escravidão convivem com costumes aparentemente rigorosos que se mostram maleáveis, sempre contornados pela ética própria do povo; enquanto isso, Tom encara o conflito entre a ingenuidade remanescente da infância e a malícia quase adolescente de quem acha que tem o mundo nas mãos (e de fato tem: a serviço de sua imaginação).
É dessa história sagaz que nasce a voz de uma geração atemporal. Pescar e explorar cavernas podem não ser hoje atividades tão comuns entre jovens urbanos, mas talvez uma das maiores qualidades da obra seja a de trazer à tona infâncias ancestrais que nos habitam e provar como a passagem do tempo transforma a sociedade, mas não representa o fim da fantasia.
Aventura
O porco mais elegante do mundo
JI YUN, Shin, SEUNG MIN, Oh – Editora Callis
O rei do país dos porcos resolveu eleger o porco mais elegante do mundo para dar a mão de sua filha em casamento. Conheça a história de Continho, um porco muito esperto que, com seus conhecimentos de matemática, entrará na disputa e enfrentará até terríveis monstros para se casar com a bela princesa.
Conto matemático
Palermo e Neneco: MBYA MIRIM: um dia na aldeia Mbya-Guarani
CARVALHO, Ana – Editora Cosac&Naify
Coleção Um dia na aldeia – Acompanha Dvd – 5 volumes
Nada melhor do que conhecer uma aldeia Ikpeng tendo por guias as próprias crianças indígenas. Neste livro, adaptado e ilustrado por Rita Carelli, o leitor é apresentado a Yampï, Yuwipó, Kamatxi e Eruwó, que nos convidam a visitar a casa do cacique, tomar banho de rio e comer frutas no pé.
Entendemos as tarefas dos homens e das mulheres – e como os meninos e as meninas também colaboram com os afazeres do dia a dia, sem deixar, é claro, de se divertir com os brinquedos que eles mesmos constroem.
Cultura indígena
GUILLEVIC, Eugène – Editora Berlendis & Vertecchia
Eugene Guillevic (1907-1997) – ou melhor, simplesmente Guilevic, como assinou ou muitos livros que publicou – formou-se em matemática e cedo começou uma carreira proeminente no ministério das finanças francês. No mais das vezes, porém, Guillevic é lembrado por outra faceta sua, a de incansável artesão da palavra.
Neste livro, o poeta se reconcilia com a geométrica: e assim surge um inteligente e bem-humorado experimento, que contrapõe a fria ciência dos bancos escolares a alternativa de uma geometria humanizada. Ganham voz os planos, linhas e figuras, e poeticamente discorrem de suas alegrias, suas angustias, suas singularidades.
Poesia – Geometria
GREGORY, Philippa – Editora Record
Richard Neville, conde de Warwick, é conhecido como “Fazedor de Reis”, o homem mais poderoso da Inglaterra no século XV. Sem filhos nem herdeiros, ele usa suas filhas, Anne e Isabel, como peões em seus jogos políticos.
No entanto, apesar de seus esforços, vê sua influência reduzida na corte de seu antigo amigo e aliado, Eduardo IV. Assim, Anne, antes uma criança encantadora, se torna uma mulher corajosa ao acompanhar seu pai numa guerra contra o rei da Inglaterra e colocando o herdeiro de Henrique VI no trono, com quem Anne é casada.
Porém a jovem logo se vê sozinha, pois seu marido morre e sua família está distante. Então, ela acaba se casando com Ricardo, duque de Gloucester e levando-a novamente ao centro das intrigas da corte. Ao mesmo tempo que sua escolha poderá colocá-la em conflito com outros integrantes da família real, ela fará com que a maior ambição de seu pai se realize; ascender ao trono inglês.
Romance – Ficção inglesa
Teatro Hip-Hop: a performance poética do ator-MC
D’ALVA, Roberta Estrela – Editora Perspectiva
Quando chegou, Estrela D’alva, luminoso nome, codinome e anúncio, no espaço incolor que se insiste em chamar de Academia, senti a mudança: em seu porte, a arte de dizer, um teatro que se assenta na construção de um novo mundo, intenso e mais justo, nascera para improvisar, interagir.
Aprendi com ela o que é ser um ator-MC, poetryslam e esse modo falado, abri os olhos para outras concepções de performance e quase-teatro. Acompanhei sua busca de conhecimentos, o empenho em seguir achados, propostas e teorias.
Como este O Teatro Hip-Hop nos diz, o método é para ela a aprendizagem instantânea e a reflexão acumulada. A experiência que traz nos capítulos encadeados é a sua própria, o pão de cada dia, o texto-depoimento do grupo Bartolomeu, a passagem por outras dramaturgias (assim, o rap). O microfone (aberto) é o objeto mediador, mais que isso, interferente nas ações do criar, nas poéticas da invenção.
Uma esponja de banho, em forma de microfone, presente oferecido por mim, nos tempos da sua escrita, foi sugestão da via dupla: objeto de uso, agente do canto e da espuma, do dizer e continuar dizendo. Evidencio aqui os méritos da autora e da Perspectiva, que oferece ao leitor o alegre-saber, em texto atrativo e competente. A voz vem junto, os aplausos também.
Ciências sociais – Cultura popular – Música
BEAUVOIR, Simone de – Editora Record
André e Nicole, dois professores universitários aposentados que sentem o peso da idade, viajam para a União Soviética pela segunda vez na vida. Lá, encontram a filha do primeiro casamento de André, Macha, uma mulher decidida que vive na grande experiência do socialismo do século XX.
Assim, inicia-se uma série de mal-entendidos relacionados a questões individuais e coletivas – a não comunicação, a ideia de envelhecer, o amor de longa data, o papel e a identidade da mulher, as expectativas políticas etc. ‘Mal-entendido em Moscou’, que se vale das experiências de Simone de Beauvoir e de seu marido, Jean-Paul Sartre, em viagem à União Soviética, é um relato sobre decepções políticas e sentimentais que lançam uma luz sobre a singularidade de nossa existência.
Novela – Romance
As novas singularidades da França Antártica HQ
OLIVIERI, Antonio Carlos – Editora Callis
A exploração do Pau-Brasil atraiu vários aventureiros para as terras recém-descobertas por Pedro Álvares Cabral. No meio dessa corrida, surge Martin, o personagem desta história em quadrinhos, um francês sem escrúpulos que naufragou na costa brasileira e passou a morar com os índios.
Com uma visão crítica e uma linguagem jovem, o autor Antônio Carlos Oliveri reconta um pouco da nossa história por meio da trajetória de Martin.
Aventura – Grandes navegações – História em quadrinhos
As descobertas de Paulinho na metrópole
FRANCO, Marina – Editora DCL
Um garoto, seu skate e uma cidade para conhecer. São Paulo brilha aos olhos de Paulinho, um garoto curioso, que descobre as mais surpreendentes histórias sobre o centro da cidade. ‘Paulinho adorava andar de skate! Saiu a todo vapor pelas ruas de São Paulo imaginando que a metrópole era seu quintal gigante, onde ele viveria aventuras fantásticas.’
São Paulo – Cidade – Monumentos
FRAGATA, Claudio – Editora Globo
Claudio Fragata apresenta às crianças o lado curumim de cada um de nós, ao revelar a influência indígena nas palavras que usamos em nosso dia a dia Guri, pipoca, saci, guaraná, abacaxi. Podemos não perceber, mas é comum falarmos tupi. As palavras de origem indígena fazem parte do nosso cotidiano e com O tupi que você fala as crianças descobrirão que vários alimentos, animais e plantas têm nomes dados pelos índios.
Revela de forma divertida que todos temos um pouco em comum com os primeiros habitantes do nosso país. As ilustrações de Maurício Negro complementam o texto, de forma que as palavras desconhecidas possam ser apresentadas aos pequenos leitores.
“O tupi que você fala” mostra às crianças que nosso português traz influências de outras culturas e aguça a curiosidade dos pequenos a descobrir a origem das palavras.
Palavras indígenas
Sherlock Holmes no Japão: 1893, aventuras dos anos perdidos do detetive mais famoso da história
MURTHY, Vasudev – Editora Vestígio
1893- O Rei Kamehameha III, do Havaí, declara o Dia da Restauração da Soberania. A tensão entre China e Japão cresce por causa da Coreia… A fome se agrava em Bengala… Um sacerdote sênior no Templo Kinkaku-ji é encontrado morto em circunstâncias misteriosas… O Dr. John H.
Watson recebe uma estranha carta de seu amigo, supostamente morto, e parte para Tóquio. No navio, seu calmo e distinto colega de cabine é assassinado a apenas uma porta de distância. Ao mesmo tempo, nas casas de ópio de Xangai e nos becos de Tóquio, homens sinistros fazem planos malignos. E o Professor Moriarty observa o mundo, elaborando um mapa para a dominação mundial.
Apenas um homem pode confrontar o diabólico professor. Apenas um homem pode salvar o mundo. E esse homem sobreviveu às Cataratas de Reichenbach! Sherlock Holmes no Japão segue a tradição de muitos livros que tentam preencher uma lacuna da cronologia oficial de Holmes, após Reichenbach e antes de ele ressurgir em Londres, três anos depois.
No entanto, este romance sério-cômico eleva radicalmente as apostas – com Sherlock Holmes e Dr. John H. Watson encontrando um competidor (ou competidora) à altura. Uma perseguição emocionante, que vai deixar você sem fôlego.
Ficção de suspense
Solange Braga – Bibliotecária