Que tal poder deitar e deixar o céu e o horizonte até onde a vista alcança para se inspirar?
Essa foi a ideia da primeira aula de produção de texto do 9O ano que exigiu dos alunos uma desconstrução de paradigmas consolidados ao longo do Ensino Fundamental para “tirar” (ou sair) da zona de conforto.
No melhor estilo Sociedade dos Poetas Mortos – filme de 1989 com Robin Williams – os alunos foram convidados a uma aula de redação em que mudaram seu ponto de vista: as “prisões” da mesa, das quatro paredes às vezes nada inspiradoras da sala de aula puderam ser eliminadas.
Como teto, o céu, como luz, o Sol, como assento, o pátio, o pé das árvores, a mesa da lanchonete, um cantinho na parede da igreja… Desconfortável para uns, diferente para outros, estranho, inusitado, gostoso. Certamente uma experiência marcante dentro da vivência no Colégio Santo Agostinho
Houve quem dissesse que sempre quis deitar no pátio e, assim, fez dele um berço aconchegante para deitar palavras inspiradas na redação.
Claro que essa foi a primeira etapa da produção, noutro momento os alunos tomaram seus rascunhos e puderam – agora na sala de aula – revisar, reformular e reescrever os textos com a supervisão do professor. Diante da experiência, o tema da redação era o menos importante!
Confira outras fotos do dia em que as palavras ocuparam o pátio.
“Palavra, palavra
(digo exasperado),
se me desafias,
aceito o combate.
Quisera possuir-te
neste descampado,
sem roteiro de unha
ou marca de dente
nessa pele clara.
Preferes o amor
de uma posse impura
e que venha o gozo
da maior tortura.”
(Trecho do poema “O lutador” de Carlos Drummond de Andrade, in José de 1942.)